Apresentação (fragmento)

"Nossa proposta é levantar a ponta do véu do consumismo e massificação que encobre um tesouro! Tesouro do tempo! Tesouro que nos caracteriza e identifica. Tesouro que faz de cada um de nós, um ser mais humano, pois nos coloca frente a frente com a nossa história, nossa gente, nossos costumes. História, gente e costumes que nunca é um passado do indivíduo somente, mas de um indivíduo num contexto familiar, social, nacional. Elementos essenciais para o reconhecimento e valorização de indivíduos ou grupos, agindo para reforçar a auto – estima e conseqüentemente a identidade.

O véu lançado sobre os tesouros do tempo encobre celebrações e rituais, ofícios e modos de fazer, lugares prédios e construções, pregões e ditos populares, brinquedos e histórias cantadas, rondas e cantigas de ninar, personagens e tipos populares, lendas e parlendas, causos, e histórias e cantigas sem fim. Sabedoria popular: tesouros imateriais que nos caracteriza e identifica e nos permite um espaço onde aprofunde possibilidades que façam de nós seres sócio, históricos e culturais.

Torna-se, pois necessário lembrar que temos nossa história, nossa gente, nossos costumes e somos herdeiros de fato e de direito de um legado cultural que como os nossos casarões está se dissolvendo no tempo... E como portadores vivos da cultura de um povo, restam-nos o compromisso de redistribuí-la as nossas crianças, jovens e adultos, revitalizando-a. Para tanto proponho traçar um percurso, onde a memória cultural torne-se base para a construção da identidade coletiva, tornando-se força social de imenso poder. (...)"

Raquel de Paula